segunda-feira, 19 de julho de 2010

Resenha

    Comecei a ler o livro “O CARRASCO DO AMOR” (Irvin D. Yalom), li apenas até a introdução, e algumas passagens me chamou a atenção. Por isso, decidi destacá-las aqui.

    Ele começa com a pergunta: “O que você quer?” (sugiro que todos façam esse questionamento). Depois de alguns exemplos de resposta, ele escreve: “Tanto querer. Tanta saudade. E tanta dor, tão perto da superfície, a profundidade de alguns poucos minutos. Dor do destino. Dor da existência. Dor que está sempre lá, sussurrando continuamente sob a película da vida. Dor acessível com excessiva facilidade. Muitas coisas nos lembram de que nossos desejos mais profundos jamais serão realizados: nossos desejos de juventude, de interromper o envelhecimento, do retorno das pessoas que desapareceram, de amor eterno, de proteção, de significado, da própria imortalidade... Desejos inalcançáveis.”
    Aponta quatros dados particularmente relevantes numa psicoterapia. São eles: a inevitabilidade de morte para cada um de nós e para aqueles que amamos, a liberdade de viver como desejamos, nossa condição fundamentalmente de solidão(...“acho que nasci para ficar sozinho...”) e, finalmente, a ausência de qualquer significado ou sentido óbvio para a vida. Chamando a atenção para o fato de que é possível enfrentar as verdades da existência e aproveitar o seu poder para a mudança e o crescimento pessoal.
    Ainda na introdução, Yalom fala sobre liberdade. Citando o caso de pessoas que desistem da sua liberdade, e que tentam persuadi-lo a controlá-la. Ou seja, tentam tirar a responsabilidade dos seus atos, e outorgá-la a alguém, no caso ele.
    Depois ele ressalta que decisões são difíceis por muitas razões, e que algumas atingem o próprio cerne da existência. Citando John Gardner, ele diz: “As coisas desaparecem gradualmente: as alternativas se excluem”. Utilizando dessa segunda prerrogativa como chave importante para compreensão do por que a decisão é difícil. “A decisão invariavelmente envolve renúncia: para cada sim deve haver um não, cada decisão elimina, ou mata, outras opções (a raiz da palavra decidir significa “matar”, como em homicídio ou suicídio).
    Continua fazendo uma critica as pessoas apaixonadas: “A pessoa que se apaixonou e ingressou em um bem-aventurado estado de fusão não é auto-reflexiva, pois o eu solitário questionador se dissolve no nós. Assim, a pessoa se livra da angústia, mas perde a si mesma. Ele diz ainda que: “ O amor não é apenas uma centelha de paixão entre duas pessoas; há uma distância infinita entre se apaixonar e permanecer apaixonado. Mais propriamente, o amor é um modo de ser, um “dar a”, não um “enamorar-se”...”.
    Por fim, deixo algumas frases, retiradas de parágrafos finais.

“Dilema existencial – um ser que busca significado e certeza num universo que não possui ambos”.

“Devo aceitar que conhecer é melhor do que não conhecer, aventurar-se é melhor do que não se aventurar; e que a magia e a ilusão, por mais magníficas e fascinantes que sejam, no final enfraquecem o espírito humano.”

“Se existe um caminho para o Melhor, ele exige uma visão completa do Pior.”

Um comentário:

José Ninguém disse...

esse cara é muito bom!